Arena De Treinamentos

"Without the Mask"

Passei tanto tempo em meu ultimo sonho que acordei sem distinguir a realidade, muitas vezes me perguntei a vida é real, ou apenas outra punição de meu pai por meus fracassos?
Lembro-me da minha primeira missão, eu deveria apenas buscar um objeto para ele, mas acabei estragando tudo e ficando uma semana na enfermaria, como pude ser tolo o bastante para entregar o pacote a um monstro disfarçado, nem eu mesmo sabia que aquele castigo iria ser tão ruim.
Fui condenado por meu pai a passar 1 mês sem conseguir falar, ainda faltavam algumas horas do castigo, eu não sabia mais que fazer, tentara milhares de vezes fazer algum som mas nada saia de minhas cordas vocais, eu andava por ai com uma lousa pequena e um pedaço de giz para conseguir me comunicar, estava cansado de ficar trancado no chalé, peguei minhas espadas, minha garrafa de vinho e a lousa e resolvi caminhar até a Arena.

O sol estava brilhando por entre as nuvens, e tocava sutilmente minha pele, no meio da arena 3 Filhos de Hermes estavam lutando entre si, todos usavam espadas simples de treino e tinham um arco nas costas com algumas flechas, estavam apenas com as roupas do acampamento e um capacete.
Me aproximei com cuidado, sabia quem eles eram, eram os trigêmeos Crift (Eu normalmente fazia piadas pois Crift lembra Rift uma das muitas formas de se disser fratura, eu havia estragado o nariz dos três em uma pegadinha minha algum tempo atrás, desde então eles esperavam por uma chance de me ferir e eu estava prestes a lhes dar esta chance.
Rapidamente escrevi em grego na lousa "Prontos para uma cirurgia de nariz panacas" e deixei a lousa próxima do meu pé direito pegando minhas duas espadas e batendo uma na outra para fazer barulho.
Eles se viraram, levaram alguns segundos para ler o que a placa dizia e começaram a ficar vermelhos e irritados, um deles correu em minha direção gritando com a espada na mão, movi meu pé lançando a lousa na direção de seu rosto, ele consegui desviar se curvando para trás enquanto a lousa voava numa coluna caída longe, eu já previa um movimento desses então dei um giro acertando um chute no meio de seu peito enquanto ele voltava a olhar para min, o golpe foi rápido e ele não conseguira desviar, caiu para trás como uma grande peça de carne.
Os outros dois correram na minha direção prontos para atacar de frente, não conseguiria engana-los tão facilmente, mas deixei que eles se aproximassem guardando a Espada Banhada em Vinho Sagrado na minha cintura, o golpe deles fora bem bolado, as suas espadas vieram como uma tesoura na minha direção, me abaixei tentando passar entre eles acertando a parte de trás do joelho do irmão da direita com minha Espada da Natureza, rapidamente me levantei pegando uma flecha de suas costas e virando rapidamente a encravando no ombro exposto do outro irmão, ele urrou de dor e rapidamente virou a espada em minha direção, consegui me defender usando a Força da Natureza e rapidamente soltei um hálito quente em sua direção era uma artimanha suja mas surtiria efeito nele facilmente o derrubando, até então o outro irmão estava quase de joelhos no chão o veneno da espada estava funcionando mas isso não o impediu de tentar se levantar e me atacar de frente, consegui me proteger jogando meu corpo para o lado ao mesmo tempo em que sem eu notasse fugi de um golpe do primeiro a me atacar, ele estava vindo por trás com sua espada.
Tentei rir deles mas nenhum som saiu de minha boca, o que ficou um pouco patético, tinha que admitir...
Peguei a outra espada e respirei fundo, senti uma sensação estranha na garganta e sabia que já poderia falar de novo, corri na direção deles e gritei:
- Por Nárnia!
Eu sei isso soou um pouco ridículo mas eu não consegui pensar em algo além daquilo, havia lido a serie toda de Cronicas de Nárnia enquanto não podia falar, enfim eles também se surpreenderam, e consegui me aproximar o bastante para fazer vários cortes com ambas espadas, e em alguns segundos eles estavam no chão, peguei a ponta da flecha do ombro de um deles e cortei com sua lamina um talho do cabelo de cada um, levando a flecha e o sangue comigo enquanto saia da Arena jogando um Dracma para cima e dizendo: Dionisio, afim de me teleportar para o seu Templo.

"Without the Mask"

Havia acabado de sair da forja com minha armadura nova, agora havia sido abençoado, achei que fosse a hora perfeita para testar minhas novas habilidades, ainda estava com minhas armas, passei no chalé para guardar minha garrafa de vinho, eu havia o usado durante meu sacrifício então não teria por que levar a garrafa vazia, ela apenas estaria cheia no outro dia, Após isso já com minha armadura e minhas duas espadas segui para a Arena.
Ainda haviam marcas da minha luta no chão de terra batida, eu sorri e vi o dente de um dos gêmeos no chão o guardando no bolso e dizendo:
- Acho que vou perguntar a eles se querem entregar isso para a fada dos dentes, talvez com o dinheiro eles consigam comprar alguma habilidade.
Então notei que havia algo de errado, olhei ao redor de onde achei o dente e vi uma grande marca de bota, naquele momento pensei:
"Merda..."
Virei e vi o que já achei que estaria me esperando, um dos amigos dos trigêmeos, ele era do chalé de Heracles, parecia um muro de tão alto, e sua cara era feia, ele devia estar bem mais velho pois já tinha barba, eu não teria muitas chances contra ele sozinho.
Dei alguns passos para trás enquanto sorria, em suas costas estava sua arma preferida, uma placa de pare, de um lado a placa vermelha dos dois lados, um era tinta, o outro sangue, e do outro lado da placa de ferro um pedaço de concreto, como se ele tivesse arrancado a placa do chão com as próprias mãos, eu estava quase paralisado e consegui dizer:
- Olá Thrasher, presumo que tenha passado aqui durante sua caminhada ou algo assim?
Chamávamos ele assim por que ele costumava a comer um carneiro inteiro quando morava no interior da França, ele contou que segurava pela cabeça e pelas patas de trás do bicho e com uma puxada arrancava a espinha inteira dele... tínhamos medo desse cara.
Os gêmeos só viraram amigos dele pois ele era estúpido demais para notar que eles estavam o insultando. Ele cuspiu no chão e disse:
- Je vais pétrir jusqu'à laissant vin. (Vou te amassar até soltar vinho.)
Mas eu não ia deixar ele fazer isso tão fácil.


Eu era certamente mais rápido que ele, ja havia pegou minhas duas espadas e ele estava se posicionando com a placa na mão quando eu iria começar meu ataque, meu oponente iria segurar sua arma na horizontal, então seria difícil atacar pelos lados ou pela vertical, respirei fundo e pensei:
"Meu pai está vendo, eu não vou fraquejar, e ele ainda vai rir de Heracles quando eu terminar."
Corri indo pela esquerda ao redor dele, ele me acompanhava atentamente pronto para quando eu me aproximasse, sorri e usando os poderes de Filho de Dionísio fiz vinhas aparecerem tentando prender suas pernas e puxar sua arma para baixo, elas tinhas espinhos e assim que encostaram em sua pele ele desviou a atenção de min, comecei a correr na sua direção e quando estava a cerca de 3 metros as vinhas alcançaram sua arma e ele distraído acabou se curvando tentando manter a arma em posição de defesa: eu pulei e estava pronto para começar uma festa fazendo cortes em suas costas quando notei, eu estava pisando nas placas, mas não nas vinhas, e elas haviam se soltado e ele já não tinha nada prendendo seu pé, em um movimento brusco ele levantou sua arma me lançando alguns metros para trás.
Ele riu e foi se virando lentamente, enquanto eu estava no chão, eu não sabia como lutar contra ele, meu pai devia estar decepcionado, eu não podia deixar aquilo acontecer, estava na hora de humilhar um bombado estúpido.
Me levantei rapidamente e corri na direção dele em linha reta, ele moveu a placa em um golpe diagonal, para ele ela não parecia pesar nada, o que era incrível, porém eu já tinha um plano, me movi no ultimo segundo possível fugindo do golpe e passando uma das espadas na dobra do cotovelo dele, ele sentiu o veneno da Espada da natureza queimando e gritou, parecia um ciclope com conjuntivite, sorri e fui para as costas dele usando a espada banhada em vinho para cortar as juntas de seus joelhos e a espada na natureza no seu outro cotovelo, ele gritou novamente e soltou sua arma alguns metros a frente dele enquanto caia de joelho, sorri e com um chute empurrei seu corpo para frente, ele bateu a testa na placa que entortou, sorri e segurei sua cabeça falando:
- E ai grandão!
Peguei a cabeça dele e bati seu queixo com força no metal da placa, quebrando ambos maxilar e a placa, peguei mais alguns dentes que ele havia derrubado junto com uma mistura de baba e sangue e guardei no bolso, e sai da Arena andando calmamente após chutar suas costelas.
Parei de andar e vi um leve corte no meu braço, o sangue estava saindo bem devagar, lembrei da bênção do meu pai e tomei o sangue, ele tinha mesmo gosto de vinho, isso estava me deixando mais forte, eu não sentia mais o cansaço da luta nem nada do tipo, e sorri saindo da Arena gritando:
- Au revoir sac poubelle. (Adeus Saco de Lixo)